É com enorme alegria que eu anuncio o lançamento do EP Os Criancinhas comem todo o lixo.
Fruto dos encontros musicais de seus quatro membros, o EP é uma mistura entre composições individuais e coletivas. Além dessa mistura, vocês encontrarão registros ao vivo e gravações no estúdio.
A vantagem do registro ao vivo está em mostrar o calor do momento - a banda sem nenhum artifício após a gravação. A versões de estúdio registram as colaborações entre nós quatro, Cris, Vi, Sil e eu, e são também uma antecipação do disco que venho compondo, gravando e produzindo no último um ano e meio - álbum que muito em breve estará pronto.
Vocês podem conferir o EP dos Criancinhas no site http://www.criancinhas.com.br/
Agradeço ao meu irmão por ter feito o site!
Essen alle junk!!!
rasboços e escunhos
Blog de rascunhos
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Olhos Verdes
Olhos Verdes, eu compus quando morava na Vila Buarque. É da mesma época que Metamorfose http://escunhos.blogspot.com.br/2011/01/preludio.html
São duas música pré-centralização. Nesse período, eu estava frustrado com o que eu compunha. Eu tinha as idéias, mas na hora do trabalho em si para trazer as músicas à tona, eu não ia em frente... Nesse época, eu descobri que sem muita transpiração, sem muito trabalho, as músicas não tomariam forma por si próprias...
Depois, descobri como colocar as idéias no papel e no violão, deixando o julgamento crítico de lado, em relação ao que eu produzia. Graças a isso, muitas vezes me deparei com o inesperado... e isso é maravilhoso!
Sem me dar conta, comecei a fazer algo que o William Burroughs usará há uns 50 anos. Em vários de seus livros, ele empregou a técnica de cut-up http://en.wikipedia.org/wiki/Cut-up_technique. Em alguns deles literalmente recortava a página em duas e juntava com outras páginas, criando sentidos completamentes inusitados (fold-in). O homem escreveu livros inteiros usando essa técnica!
Claro, a minha técnica não é tão radical, talvez... As vezes, vou escrevendo várias frases combinando com a melodia do que será a música e tiro de seu contexto original para colocar em outro lugar e vou produzindo novos sentidos.
Com Olhos Verdes foi diferente. Eu estava altamente influenciado pelos discos da década de 60 e 70 do Jorge Ben (Jor) e queria compor como ele. Contar estórias parecidas com as que ele contava:
E comecei a contar a estória desse cara que vai atrás da namorada e a namorada dele tomou um chá de sumiço. Ele faz drama, ela desdenha. Até aí, eu achava que seguia razoavelmente os passos de Jorge. Então, me ocorreu o refrão... eu falando do nada, de solidão e dos olhos verdes - uma homenagem metonímica à Silvia.
Já não era mais eu tentando fazer como o Jorge Ben. Finalmente me encontrava como compositor e escrevia algo que não deixava de ter a ver comigo, mas que também era universal. Eu me aproximava do Jorge de uma outra maneira, fazendo essa ponte que a arte permite entre o pessoal e o universal.
Mostrei a música para o Cris e o João com o nome de Mundo Inteiro. Eles gostaram, mas sugeriram mudar o nome para olhos verdes. Ficou melhor! Ainda hoje, o Cris sempre fala que das minhas músicas, essa é a que ele mais gosta. E eu sempre fico todo contente :)
Essa gravação, é uma das primeiras entre várias versões que fizemos para essa música. Gravamos em 2007, ano bastante produtivo para nós. Gosto dessa versão, por que conserva o calor do momento e por causa da bateria do João.
Antes da gravação, ensaiamos a música e ele foi criando a bateria. É uma das minhas favoritas dele!
Depois de algum tempo, descobri que os acordes iniciais remetem a uma música do Curtis Manfield, que é simplesmente muito boa:
domingo, 10 de junho de 2012
Só Precisa Amor
Última música do álbum A Centralização, Só Precisa Amor é a nossa versão para All You Need Is Love dos Beatles.
Eu sempre gostei muito dessa música dos Fabfour, principalmente depois de prestar atenção nos seus detalhes. Destaco dois, entre os numerosos detalhes que me chamam a atenção nessa música.
Primeiro, o compasso da música: 7/4 - sete tempos por compasso. Bastante incomum. A maioria das músicas que estamos acostumados a escutar tem o andamento 4/4.
Em All You Need Is Love, ao começo de cada estrofe, temos a impressão de que um tempo foi subtraído e que a cada nova estrofe os acordes apressam em se repetir. Por exemplo, a duração do coro love, love, love, é de sete tempos. Prestando atenção no baixo, conte até sete e você vai perceber o que eu estou falando: UM, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, UM, dois, três, quatro... (e assim por diante. A acentuação é sempre no começo do compasso - sempre no primeiro love do coral)
Essa música parece simples de tocar, mas não é. Gastamos vários ensaios para internalizar esse andamento. Finalmente conseguimos, como vocês podem ouvir!
O segundo detalhe em All You Need Is Love é tão bom ou até melhor que o primeiro. E esse detalhe é impossível de ser reproduzido por um trio... é no mínimo surpreendente.
Por volta de 3:14 minutos da música - um pouco depois de entrar o primeiro cara com o cartaz estilo "vende-se ouro" preso ao corpo, com a palavra amor em várias línguas - começa uma sonoridade estranha; um som de orquestra que não combina com o restante da música.
Eu sempre achei que não fazia o menor sentido aquele emaranhado de sons de orquestra. Eu conseguia no máximo pensar que este era mais um efeito psicodélico e surreal (e não deixa de ser!)
Um dia, eu escutei o som que eu ouvia... e o que eu escutei? O começo de Greensleeves!!!!
Era enorme a minha alegria frente a descoberta que eu fizera. Lembro de ter contado para vários amigos, como se eu fizesse parte de um seleto grupo de iniciados que tiveram acesso à verdade, rs!
Só Precisa Amor, é a moral da estória da Centralização. A gente pode fazer algumas leituras dessas palavras juntas. A minha leitura favorita é no sentido de que o amor é fundamental. Gosto de pensar que a trajetória dos Piroplásticos no álbum, terminou falando da importância do amor.
Aprendemos muito uns com os outros ao longo dos quase 10 anos de banda... o mais importante, foi que demos muita risada juntos e nos divertimos pirando no pirofunk e centralizando geral!
A tradução da letra de All You Need Is Love é de autoria do José Rubens Siqueira - pai do João e renomado diretor de teatro, além de tradutor de diversos livros no Brasil (destaco Eichmann em Jesurasalém - um Relato sobre a Banalidade do Mal, Hannah Arendt. Companhia das Letras). É uma honra ter a participação dele no disco. http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Rubens_Siqueira
Exceto os vocais, feitos pelo ator Nivaldo Todaro (Mestre Ananias) e pelo Cristiano Di Donato, não houveram overdubs em nossa versão, ou seja, nenhum instrumento foi gravado depois. É ao vivo no estúdio.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Shivaia
A versão postada agora, vem depois de Black e Hipnotizado, músicas que ambientam os efeitos da igreja em seus fundadores. É uma antecipação do que está por vir.
Na música anterior, estávamos hipnotizados. Em Todos estão surdos 2, Ananias retorna de sua nave miraculosa. Será que os Piroplásticos acordarão do transe?...
O retorno de Ananias foi para dizer que ficamos surdos e cegos de cobiça pelo dinheiro centralóide.
A ideia para Shivaia surgiu depois que eu e a Silvia fomos ao Yoga para paz. Foi em 2007, num domingo do dia dos pais, se eu não me engano.
Nesse ano, rolou um show do Krishna Das, um músico de voz grave - um Noriel Vilela (16 toneladas) da música indiana. Nós já conhecíamos o som dele e o show do cara foi bem divertido.
Eu fiquei com uma das músicas na cabeça, Om Namah Shivaya http://www.youtube.com/watch?v=bcdI-c-jAWQ. Shivaya Namah Om é uma saudação ao deus Shiva e eu tirei a música puxando pela memória.
No ensaio seguinte, toquei a música para o Cris e o João e fizemos uma jam daquelas intermináveis cantando Shivaya Namah Om e seus dois acordes A# e Cm. Nos ensaios seguintes lembrávamos da música e tocávamos - tinha tudo a ver com a Centralização.
Tocamos tanto que virou uma música nossa. O João acrescentou a letra para o mestre Ananias, interpretado pelo ator Nivaldo Todaro nessa gravação. Exceto os vocais, a música foi gravada ao vivo sem acréscimo de overdubs.
O que eu mais gosto na letra é da parte do amém. Era a maior alegria cantar essa parte e eu sempre gostei de substituir, mentalmente, amém pelo imperativo simpático amem. Os Piroplásticos não estavam mais hipnotizados. Repetiam amém enquanto Ananias ordenava: amem!
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Clarice
O buraco não tem fim
É o que faz a gente andar
Um vazio preenchido
abre a falta em outro lugar
Em busca do objeto perdido
impossível de reencontrar
Criando mantendo destruindo
na eterna dança do agora
Clarice esclareça o que ninguém vê
Está dentro da gente e fora também
Clarice eu li o espectro com você
dê um jeito de a gente entender
A linguagem tenta dar conta
e esbarrar no indizível
A metáfora persegue e não alcança
a essência o real
Frente a coisa sem nome
anterior a invenção da palavra
A experiência da existência
vai despersonalizar
Clarice esclareça o que ninguém vê
Está dentro da gente e fora também
Clarice eu li o espectro com você
dê um jeito de a gente entender
Somos manifestações
formas cores sensações
presos nas limitações
livres na imaginação
livres nas limitações
presos na imaginação
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Todos estão surdos 2
Esta é outra versão da música Todos estão surdos. O instrumental é o mesmo da versão anterior http://escunhos.blogspot.com/2011/06/todos-estao-surdos.html. A mudança fica por conta da letra. Agora, Ananias canta:
Outro dia, um cabeludo falou:
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles."
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles."
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!
Na ordem do disco A Centralização, cantamos a primeira versão dessa música antes de fundarmos a igreja da Centralização.
A versão postada agora, vem depois de Black e Hipnotizado, músicas que ambientam os efeitos da igreja em seus fundadores. É uma antecipação do que está por vir.
Na música anterior, estávamos hipnotizados. Em Todos estão surdos 2, Ananias retorna de sua nave miraculosa. Será que os Piroplásticos acordarão do transe?...
A música foi gravada ao vivo e depois gravamos os vocais. Nesta faixa contamos com a participação do ator Nivaldo Todaro fazendo a voz do mestre Ananias.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Hipnotizado
Hipnotizado é música de Cristiano Di Donato. O clipe produzido por Fernando Mastrocolla alterna imagens do curta O combate com as imagens do dia da gravação do álbum da Cetralização.
Na semana passada, eu postei nosso cover do Black Sabbath. Nesse momento da estória começamos a sentir as influências das forças do mal.
Hipnotizados pelo poder e pela grana, nos desvíamos totalmente de nosso caminho inicial e deixamos de transmitir a nossa mensagem: vejam com os olhos do coração!
Inebriados, não cansamos de repetir: você me hipnotiza, eu não resisto a você.
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