quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Clarice


O buraco não tem fim
É o que faz a gente andar
Um vazio preenchido
abre a falta em outro lugar

Em busca do objeto perdido
impossível de reencontrar
Criando mantendo destruindo
na eterna dança do agora

Clarice esclareça o que ninguém vê
Está dentro da gente e fora também
Clarice eu li o espectro com você
dê um jeito de a gente entender

A linguagem tenta dar conta
e esbarrar no indizível
A metáfora persegue e não alcança
a essência o real

Frente a coisa sem nome
anterior a invenção da palavra
A experiência da existência
vai despersonalizar 

Clarice esclareça o que ninguém vê
Está dentro da gente e fora também
Clarice eu li o espectro com você
dê um jeito de a gente entender

Somos manifestações
formas cores sensações

presos nas limitações
livres na imaginação

livres nas limitações
presos na imaginação


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