O buraco não tem fim
É o que faz a gente andar
Um vazio preenchido
abre a falta em outro lugar
Em busca do objeto perdido
impossível de reencontrar
Criando mantendo destruindo
na eterna dança do agora
Clarice esclareça o que ninguém vê
Está dentro da gente e fora também
Clarice eu li o espectro com você
dê um jeito de a gente entender
A linguagem tenta dar conta
e esbarrar no indizível
A metáfora persegue e não alcança
a essência o real
Frente a coisa sem nome
anterior a invenção da palavra
A experiência da existência
vai despersonalizar
Clarice esclareça o que ninguém vê
Está dentro da gente e fora também
Clarice eu li o espectro com você
dê um jeito de a gente entender
Somos manifestações
formas cores sensações
presos nas limitações
livres na imaginação
livres nas limitações
presos na imaginação