quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Clarice


O buraco não tem fim
É o que faz a gente andar
Um vazio preenchido
abre a falta em outro lugar

Em busca do objeto perdido
impossível de reencontrar
Criando mantendo destruindo
na eterna dança do agora

Clarice esclareça o que ninguém vê
Está dentro da gente e fora também
Clarice eu li o espectro com você
dê um jeito de a gente entender

A linguagem tenta dar conta
e esbarrar no indizível
A metáfora persegue e não alcança
a essência o real

Frente a coisa sem nome
anterior a invenção da palavra
A experiência da existência
vai despersonalizar 

Clarice esclareça o que ninguém vê
Está dentro da gente e fora também
Clarice eu li o espectro com você
dê um jeito de a gente entender

Somos manifestações
formas cores sensações

presos nas limitações
livres na imaginação

livres nas limitações
presos na imaginação


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Todos estão surdos 2


Esta é outra versão da música Todos estão surdos. O instrumental é o mesmo da versão anterior http://escunhos.blogspot.com/2011/06/todos-estao-surdos.html. A mudança fica por conta da letra. Agora, Ananias canta:

Outro dia, um cabeludo falou:
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles."
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!

Na ordem do disco A Centralização, cantamos a primeira versão dessa música antes de fundarmos a igreja da Centralização.

A versão postada agora, vem depois de Black e Hipnotizado, músicas que ambientam os efeitos da igreja em seus fundadores. É uma antecipação do que está por vir. 

Na música anterior, estávamos hipnotizados. Em Todos estão surdos 2, Ananias retorna de sua nave miraculosa. Será que os Piroplásticos acordarão do transe?...

A música foi gravada ao vivo e depois gravamos os vocais. Nesta faixa contamos com a participação do ator Nivaldo Todaro fazendo a voz do mestre Ananias.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Hipnotizado


Hipnotizado é música de Cristiano Di Donato. O clipe produzido por Fernando Mastrocolla alterna imagens do curta O combate com as imagens do dia da gravação do álbum da Cetralização.

Na semana passada, eu postei nosso cover do Black Sabbath. Nesse momento da estória começamos a sentir as influências das forças do mal.

Hipnotizados pelo poder e pela grana, nos desvíamos totalmente de nosso caminho inicial e  deixamos de transmitir a nossa mensagem: vejam com os olhos do coração!

Inebriados, não cansamos de repetir: você me hipnotiza, eu não resisto a você.   

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Black Sabbath


Depois de um momento fofo e cândido, nossas máscaras caem (ou seria o contrário, colocamos as máscaras heheheh) e as forças do mal tomam conta de nossos corpos e mentes...

Esse é o momento em que os Piroplásticos começam a sentir os efeitos de seus atos. 

Retomando a estória da Centralização:

Os três Piroplásticos estão perdidos no mundo, quando recebem a visita do mestre Ananias

O mestre transmite de maneira miraculosa sua mensagem: vejam com os olhos do coração! Uma mensagem sobre a importância do amor em nossas vidas. 

Os Piros bem que tentam no começo transmitir a mensagem Ananíaca, mas gastam todo o seu dinheiro e não são escutados. 

Desiludidos, descobrem que com cinquenta reais podem abrir uma igreja - além disso estão livres dos impostos com a igreja... Fundam a igreja da Centralização, tornam-se gananciosos e se distanciam da mensagem original do mestre.

Depois de enriquecerem às custas de seus fiéis, surgem saltitantes e bondosos em Happy go lucky, a música anterior à nossa versão curta da música do Black Sabbath, chamada Black Sabbath - postada hoje.

O clipe é de Fernando Mastrocolla, com imagens do dia da gravação do álbum da Centralização. 


                 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Happy go lucky


Happy go lucky é música de Cristiano Di Donato. Ele compôs essa música meses antes de gravarmos o álbum da Centralização - acredito que Happy go é a música mais recente dos Piroplásticos (Cris e João, me corrijam se eu estiver enganado)
O clipe foi feito por Fernando Mastrocolla com imagens do dia da gravação do disco. Gravamos a bateria, o baixo e a guitarra (geralmente a guitarra base) em dois takes nesse dia. A sequência das músicas na gravação é a mesma do disco e sigo a ordem das músicas aqui no blog. Toda a gravação foi filmada e o Fefe usou algumas imagens para os quatro clipes da Centralização.
A música está no contexto maléfico - digamos assim. Acabamos de cantar não me importa que o mundo seja injusto, desde que eu seja rico e estamos desde a música Oxalá enchendo os bolsos de dinheiro com a Igreja da Centralização.
O clipe e a música são divertidos: estamos vestidos com nossas fantasias e um verniz de alegria açucarada e a música é super feliz, com direito ao final a lá Guns and Roses!  

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Não me importa


Não me importa, é música de João Grembecki. Lembro que estávamos ensaiando na casa dele, na época na Vila Mariana, e ele tinha a letra de Não me importa pronta. 
O João falou como queria a música - um samba com uma mudança para o funk no meio.  O Cristiano Di Donato, com o violão nas mãos, começou a sequência G7+, G#°, Am, etc para o samba e depois engatou os acordes da sequência funk e, voa lá, a música estava pronta :)
Acrescentei o baixo quando plugamos os instrumentos e a música ficou bem parecida com essa versão postada agora. 
Não me importa, tem uma versão de 2003, do álbum que eu gosto de chamar Das horas que passamos, por enquanto inédito.Na Centralização, esta é a décima terceira música.
Nessa faixa, contamos com a participação nos teclados de Tiago Mineiro.


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Indivisível e Dual - bateria



Volto a postar Indivisível e Dual. A diferença em relação ao post anterior dessa música, é a bateria que montei com os Samples.
Recebi a visita do Fábio Ishihata, A.K.A. Dinka, aqui no Rio e convidei ele nessa ocasião para gravar o baixo de Indivisível e Dual. Disse que demoraria um pouco, por que a bateria da música não estava pronta ainda. Agora está!
A maioria das músicas que postei anteriormente está com a bateria pronta. 
Visitante do blog, preciso da opinião de vocês quanto a sonoridade da bateria. 

Dinka, para baixar a música em mp3, sugiro o www.keepvid.com. Basta digitar a url do vídeo no youtube e fazer o download. Obrigado!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Solução rápida

Ao chegar na recepção de um prédio de consultórios médicos, testemunhei o seguinte diálogo entre a recepcionista e a filha de um paciente que passou em consulta psiquiátrica:

Recepcionista: ... então, você liga para esse número (no dedo dela está colado uma etiqueta escrita Solução Rápida e o número do telefone da empresa. Entrega a etiqueta à mulher que cola o adesivo na receita) e fala qual medicamento você quer comprar. O motoboy vai até o seu endereço, retira a receita, compra o medicamento - a farmácia deles tem um preço mais em conta - e leva o medicamento no seu endereço...

A mulher gosta da comodidade e do conforto oferecido pelo serviço. A recepcionista completa:

- ... fala que o teu pai é paciente da Dra. X. que eles te dão de graça mais duas caixas do medicamento.

A mulher acredita que a solução é mais rápida do que de fato é e, genuinamente empolgada, pergunta:

- Não dá pra levar essas duas caixas agora?

A recepcionista dá uma gargalhada sonora e diz que não dá. Explica novamente à mulher que para conseguir as duas caixas do medicamento, ela precisa ligar para o número que está na etiqueta. Noto nas mãos da recepcionista duas caixas de um mesmo remédio, unidas por uma etiqueta similar a entregue para a mulher. Estico o pescoço - é um balcão típico de recepção de consultório médico - e consigo ver o nome do remédio: um dos nomes comerciais do Citalopram, um antidepressivo.

Enquanto a mulher elogia o serviço divulgado pela recepcionista, percebo no colo da funcionária uma sacola plástica dessas de supermercado cheia de caixas de medicamentos. Seriam mais caixas de ci-t-alopram, me pergunto.

Mais cedo no mesmo dia em meu consultório uma paciente contava sobre a primeira consulta dela com uma nova psiquiatra. Ela passou em consulta com a psiquiatra para conseguir uma carta da médica a encaminhando para a psicoterapia - uma exigência do plano de saúde da qual ela é beneficiária. 

Durante a anamnese a médica descobre que a paciente é usuária de um antidepressivo receitado por um médico de outra especialidade - um gastro. A médica adverte minha paciente de que o tratamento está incorreto e receita outro tipo de antidepressivo, um dos nomes comerciais da Sertralina.

A médica saca da gaveta uma caixa de amostra grátis do medicamento recém receitado e oferta para a paciente. Ela aceita, mas em seu íntimo tem dúvidas quanto a mudar de medicamento ou não... Devido a uma série de motivos que não vem ao caso, a paciente não gostou da consulta com a psiquiatra. Dentre as reclamações, destaco uma fala dela: 

- ... no meio da consulta a recepcionista entra no consultório carregando uma caixa cheia de amostras grátis de medicamentos e pergunta para a psiquiatra onde deveria guardar a caixa. Ela respondeu jocosamente que tomasse cuidado, porque iria vender os remédios. Ambas riram, a médica se virou para mim e disse num tom sério: tem gente que faz isso, sabia? Vende amostra grátis de remédio...


Muitos são os que precisam dos medicamentos psiquiátricos para suportarem as dores da existência. Para alguns, a possibilidade de faltar o remédio por uns dias é suficiente para desencadear uma crise de angústia terrível e muitos outros sintomas.


Conhecer uma solução que permita acesso gratuito a uma certa quantidade de um medicamento -quando você precisa de um - é algo para se empolgar. Mas, o acesso gratuito a remédios psiquiátricos seria realmente caso para empolgação?


É atraente ter menos gastos, sem dúvida. Ainda mais ao se tratar de uma solução rápida, como propagandeou a recepcionista. No entanto, sabemos que não existe almoço grátis... 


A solução é rápida para quem? Existe solução rápida para as dores do viver? Caso exista, será a pílula uma solução rápida? Você economiza dinheiro ao tratar questões subjetivas com medicamentos?



O tratamento psiquiátrico da depressão, por exemplo, é de médio a longo prazo. As estimativas mais otimistas para a remissão do quadro são de seis meses a 1 ano.

Uma busca rápida no Google é suficiente para dar uma noção superficial do valor do Cloridrato de Fluoxetina - nome de outro antidepressivo. Os preços variam de 13 a 58 reais por caixa, dependendo da dosagem e da quantidade de comprimidos.

Há casos que precisam de uma intervenção rápida e os remédios psiquiátricos podem ser muito eficientes, mas não resolvem totalmente o problema. A atuação dos remédios psiquiátricos é nos sintomas e não nas causas. 


O que provoca mal-estar e muitas vezes adoecimento passa por uma via que vai além da percorrida na bioquímica neuronal. Em outras palavras, na maioria das vezes não é o que ocorre no cérebro que provoca adoecimento. Ao contrário, questões subjetivas provocam efeitos (não apenas, mas também) que afetam o corpo. 


Muito da descoberta freudiana remete a isso: o motivo do adoecimento de alguém, não é necessariamente por conta de uma disfunção orgânica. Muitas vezes é porque algo não anda bem que uma pessoa pode produzir um sintoma que afeta o organismo, incluso um desequilíbrio bioquímico no cérebro.


Na Segunda Guerra Mundial, os nazistas criaram uma novilíngua com o idioma alemão e deturparam a língua deles de muitas formas para suavizar o que faziam... Exemplo disso foi o uso do termo solução final para escamotear o extermínio em massa de judeus. 


Solução rápida parece mais um termo de novilíngua contemporânea. Novilíngua "é um idioma fictício criado pelo governo hiperautoritário na obra literária 1984, de George Orwell. A novilíngua era desenvolvida não pela criação de novas palavras, mas pela "condensação" e "remoção" delas ou de alguns de seus sentidos, com o objetivo de restringir o escopo do pensamento. Uma vez que as pessoas não pudessem se referir a algo, isso passaria a não existir. Assim, por meio do controle sobre a linguagem, o governo seria capaz de controlar o pensamento das pessoas, impedindo que ideias indesejáveis viessem a surgir. (...) A ideia aqui consiste em restringir as possibilidades de raciocínio." (wikipedia) 


O que está implícito no termo solução rápida é a crença de que tomando medicamentos as pessoas vão curar a causa do adoecimento - e rápido, o que de fato não acontece. É uma promessa de cura que tem efeito similar ao de enxugar gelo... trata dos sintomas e não do que os provoca. 


Além disso, a promiscuidade entre médicos, comerciantes de fármacos e indústrias farmacêuticas é travestida em vantagem para o paciente/consumidor. Uma vantagem, no mínimo, duvidosa. 


Um amigo meu, dentista, sugeriu que eu procurasse o site dessa empresa antes de publicar esse post. Ele disse não ser possível do ponto de vista legal uma pessoa conseguir três caixas do medicamento com a receita de uma caixa.


O site da empresa não faz nenhuma menção ao tipo de serviço que escutei da recepcionista. Eles oferecem sim a entrega em domicílio dos medicamentos, mas não existe no site informação sobre vantagens do tipo 'compre um e leve três'.


Em A epidemia de doença mental na edição 59 da revista Piauí http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-59/questoes-medico-farmacologicas/a-epidemia-de-doenca-mental, a jornalista Marcia Angell analisa três livros escritos por autores de diferentes formações: um psicólogo, um jornalista e um psiquiatra.


Os três autores estão de acordo em relação a duas questões:



"Em primeiro lugar, concordam que é preocupante a extensão com a qual as empresas que vendem drogas psicoativas – por meio de várias formas de marketing, tanto legal como ilegal, e usando o que muita gente chamaria de suborno – passaram a determinar o que constitui uma doença mental e como os distúrbios devem ser diagnosticados e tratados.

Em segundo lugar, nenhum dos três aceita a teoria de que a doença mental é provocada por um desequilíbrio químico no cérebro."  (revista Piauí, agosto de 2011, edição 59)

Qual a solução ci - t - alopram?




     























No centro do U


Caso ficasse alguma dúvida quanto a seriedade de nossas intenções em Oxalá, No centro do U escancara com muito bom humor os propósitos da igreja da Centralização. 

Nós criamos muitos nomes para nossos personagens ao longo dos anos. Nesta música surgem o profeta Artioli e o Mestre Grão, muitos outros fizeram parte de nosso panteão... 

Música e letra são de K, o fiel (Cristiano Di Donato) em parceria na letra com o Mestre Grão (João Grembecki). 

Lembro de conversarmos sobre uma cena para quando acabasse essa música. Desceríamos do palco com máquinas de débito/crédito cênicas e pediríamos dinheiro, cheque, dólar, etc, para a platéia. Ríamos muito bolando cenas... 

Eu sempre gostei de chamar nossa igreja de Centralização Universal e me divirto ainda hoje  escutando o Cris cantar no fim da música: qual? qual? 


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Oxalá


Oxalá é uma música de 2003, original do álbum dos Piroplásticos que eu gosto de chamar Das horas que passamos.  Na Centralização essa música representa o turning point, momento em que os Pirambabas resolvem ganhar dinheiro fundando a Igreja da Centralização. É o nosso momento Anakin indo para o lado negro da força e se tornando Darth Vader!
Pelo que lembro, a idéia para a letra surgiu depois de eu assistir um programa de televisão. Era um programa da globo apresentado pelo Cazé Peçanha e tinha essa matéria que ensinava como abrir uma igreja. Falava das facilidades: isenção de impostos, R$ 50,00 no cartório para abrir sua própria igreja e pimba! Escrevi Oxalá.
Foi uma forma de criticar as igrejas que abusam da fé de seu frequentadores. O oxalá que dá o nome à música e aparece no refrão é um jogo com o nome do orixá e com tomará Deus, pouco usado por nós atualmente:
Tomará Deus (oxalá) eu consiga abrir a igreja e arrancar o dinheiro dos fiéis hehehehe
O mestre Ananias que depois se tornou o nosso mestre ascencionista, rs! surgiu na mesma época em que Silvia e eu inventamos o termo graticidade.
Nos idos de 2003, estávamos no Bourbon street com uma turma enorme, talvez para ver um show do lendário guitarrista da MPB Lanny Gordin retornando aos palcos depois de anos afastado.
Em algum momento da balada acho que a Marina Atallinha ou a Sil acharam uma comanda de consumo praticamente vazia... Depois de alguns titubeios éticos, mandamos para as cucuias a correção e decidimos utilizar a comanda para nosso próprio desfrute! Cigarros, bebidas, talvez até lanches, vejam só, rs! Inebriados da farra consumista recém-conquistada, começamos a falar uma bobagem atrás da outra e tcharam: às gargalhadas criamos o neologismo graticidade.
Com o termo tentávamos justificar nosso pequeno delito, afirmando que se algo se apresenta gratuitamente você deve aproveitar. Cara de pau a nossa! Acho que no meio disso surgiu também o mestre Ananias. 
Algumas pessoas quando vão tomar pinga derrubam um pouquinho oferecendo pro santo. Nós quando recebíamos algo em graticidade hahahahah ofereciamos um pouco ao mestre Ananias, senão ele podia cobrar de volta o que nos deu de graça e aí você já viu.......
Tudo a ver com o tema da música. Foi nessa música também que o termo Centralização surgiu pela primeira vez. No final da música o João Grembecki canta: "venham para a igreja da Centralização, onde o bem e o mal se encontram na mais pura união".
Foi só em 2007 que resolvemos levar mais a sério e o Joba, o Cristiano di Donato e eu começamos a estudar assuntos relacionados ao que passamos a chamar de centralização. Muitas músicas surgiram em torno desse tema a partir de então.
Musicalmente 2003 foi uma época em que eu estava obcecado pelas gravações de Jorge Ben na década de 60 e 70 e os acordes foram totalmente inspirados nessa fonte. Eu não tinha a letra ainda e levei a sequência para os Piros lá na Vila Mariana. O pré refrão surgiu numa jam sem querer. Nós estávamos na mesma sequência fazia algum tempo e o Cris mudou indo de mi para ré no baixo e eu fui atrás no si menor e no fá sustenido com sétima e quinta aumentada (agora gastei hein?) Cada um tocando uma coisa... achei que ficou do caralho, fiz a letra depois disso. 

domingo, 21 de agosto de 2011

Agrade cimento

Semana passada, Rasboços e Escunhos ultrapassou as 1000 visitações. Sou imensamente grato pelo interesse de vocês, amigos e visitantes do blog.
Nas últimas semanas produzi bastante. No Rio, avancei na gravação em 5 ou 6 músicas e tenho feito descobertas maravilhosas com os erros durante o processo criativo. Essas descobertas abrem novas possibilidades e criam em mim o desejo de fazer algo mais ousado do que eu imaginava no começo.
A morte recente de Lucian Freud (pintor e neto do pai da psicanálise) me aproximaram de sua obra e produziram em mim uma certa nostalgia da época em que eu desenhava e pintava com frequência. 
Tenho agora a concepção de que no computador faço algo parecido com pintar. O suporte é o computador e seus softwares e eu tento coisas, faço rascunhos, apago tudo e começo de novo, paro num ponto sem solução e deixo para depois acreditando que num próximo encontro com a música encontrarei uma solução mais satisfatória... A grande diferença é que não fico sujo de tinta, rs!
Depois que comecei a postar minhas músicas no Rasboços e Escunhos me dei conta da quantidade de material que acumulei ao longo dos anos. Os Piroplásticos eu já postei bastante coisa e tem muito mais, tenho muito material dos Surreais e recentemente achei, por intermédio do Cris, uma fita k7 do Abaixo Assinado Anônimo, hehehehe que é nitroglicerina pura, juro!
Como vocês podem perceber, não falta material para rechear o blog!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Grande Gambeá


O Grande Gambeá foi uma das primeiras músicas de Centralização a ficar pronta e se eu não estou enganado foi a primeira ter clipe. Eu escrevi a letra e trouxe a música pros Piros. O instrumental dessa música surgiu muito antes da letra em alguma jam interminável :) 
A melodia vem de uma música do Cris com uma pegada indígena em que ele cantava algo como: "jamba gambea". Cris, help me, qual é mesmo o nome dessa sua música? Inicialmente que queria fazer uma música usando o som de jamba gambea para as palavras vamos jamear, saiu O Grande Gambeá.
O Grande Gambeá é uma invenção nossa, descendente direto do Chipanzé Atômico que está no nosso disco anterior, Das horas que passamos. Com a música Oxalá e toda construção em relação à Centralização, bolamos um panteão para o que seria a nossa religião. Em O grande Gambeá utilizei o mito da orixá guerreira Obá, que entra na conversa da Oxum para conquistar Xangô. O mito diz que Oxum convence Obá de que o segredo para uma tal refeição que conquistasse Xangô, seria Obá cortar as orelhas e colocar como tempero. Obá segue o conselho da Oxum e se corta. Oxum queria ela fora do caminho para ter Xangô somente para ela. 
Acabei de descobrir que no wikipedia desmentem essa versão...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Imune


Imune é  a nona música da Centralização. Música divertida, é uma das primeiras músicas da transição para o dark side conceitual de nosso disco. É a primeira em que Mestre Ananias surge na letra, personagem que nos acompanhará em mais algumas músicas e que terá, digamos assim, sua identidade revelada nas canções seguintes, mas não me adiantarei...
Fora os vocais essa música não tem overdubs, é o instrumental dos Piros ao vivo no estúdio do João em Atibaia mais vocais gravados no Ipiranga no estúdio de Fernando Mastrocolla.
A música é do Cris e eu sou parceiro dele em uma parte da letra.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Hoje


Hoje, é música e letra de Cristiano Di Donato. É uma das letras que eu mais gosto do disco Centralização. É a sétima música do álbum e conta com a participação do Tiago Mineiro no piano.

Hoje, é o dia que a poesia
escapou da fantasia 
e brilhou no horizonte.

Hoje, desafiando a própria sorte
enganado a própria morte
eu vi

Aqui, assim e agora.

Hoje, que beleza que é hoje
simples e frágil vai com o vento 
e não vai voltar.

Ótimo hoje a todos!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mini mini choiu (Dom beibe)


Queridos, hoje pósto aqui uma música que fiz em parceria com minha mais nova parceira, uma legítima representante do clã little childrem, Isabéja Ribeiro.
No primeiro fim de semana de julho, ela e sua mamã Paul Ribeiro nos fizeram uma visita aqui em Laranjeiras. Além de altos passeios, que renderam inclusive o desenho que ilustra o clipe, eu e Belinha gravamos uma dessas músicas que ela canta batendo palma com alguém, muitas vezes eu, rs...  

terça-feira, 5 de julho de 2011

Mitologia


Assim como Lia Midia, A Mitologia também foi composta em 2001. Temos duas versões dessa música, a primeira de 2001 e a segunda de 2009. Essa versão é a de 2009, sexta música do álbum da Centralização.
Eu lembro que A Mitologia surgiu por causa do refrão que se eu não me engano foi o João quem trouxe. Talvez a música venha de alguma jam, não tenho certeza... Sei que a letra surgiu do refrão e lembro do João pedindo para que eu falasse nomes de doenças psiquiátricas que ainda estavam frescos na memória por causa da faculdade. O Cris falou uns nomes engraçados e virou aquela bagunça que eram os nossos ensaios :)
A música mudou muito pouco de uma versão para a outra. Uma das minhas partes favoritas, além do refrão, é no final do solo. Era uma das músicas mais divertidas de tocar!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Lia Midia


Lia Midia é uma letra de João Grembecki. Personagem atualíssima, Lia Midia está em todo lugar e não dá folga para nossos sentidos. A música existe desde 2001 e aparece nos nossos três álbuns em gravações diferentes. Essa é a Lia Midia de 2009, terceira música da Centralização.
Peço aos meus amigos Cris e João que façam seus comentários aqui no blog. Escrevo aqui minha visão parcial dos fatos e não quero soar injusto omitindo alguma parte importante. Queridões, metam o bedelho!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Astronautas

Astronautas é a sexta música do álbum Centralização. A música existia desde 2001, mas só tomou esse formato e ganhou uma letra em 2007/2008, mesma época em que escrevi Pirofunks. 
Trabalhei bastante em cima dos overdubs nesta música. Guitarra solo invertida indo da esquerda para a direita e vice-e-versa, guitarra base imitando som de órgão, no fim o sample da abertura do windows transposto para o tom da música, hehehe, etc, etc...  
Os teclados são do Tiago Mineiro. 
As fotos foram tiradas por Tatiana Cavaçana no estúdio do João em Atibaia. Os bonecos, o dragão e nossas perucas são de autoria do João Grembecki. 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Por que Pirofunks?

Pirofunks é meu email no gmail desde 2007. Algumas pessoas já me perguntaram: 'afinal, por que Pirofunks?' Uma vez passei esse email para um paciente e ele disse: 'não vou nem perguntar o porque de Pirofunks?' hehehe
Pirofunks é um termo que eu inventei para os funks - não os cariocas, mas aquele som groove que rola quando os músicos fazem jams (jazz after midnight!) - os funks dos Piroplásticos, os pirofunks ou funk´n´plásticos, rs! Enfim, nomeei Pirofunks o nosso estilo de fazer algumas músicas. É a quinta música do disco Centralização:



Há alguns anos, assisti o programa Roda Viva e nesse dia a entrevista era com Patch Adams. Alguns de vocês talvez tenham visto o filme Patch Adams - O amor é contagiante. Eu nunca vi o filme, rs, mas a entrevista foi o suficiente. http://www.youtube.com/watch?v=8Q7aqa-G0l8
O cara se veste como um Salvador Dalí da medicina, sei lá... muito doido, muito bom, todos precisam ver hehehehe...
Num determinado momento da entrevista, ele conta que o jeito dele de se vestir é uma forma de atrair os outros para uma conversa e assim ele transmite as idéias que quer passar - e as idéias dele são deliciosamente perigosas, subversivas até eu diria. 
Ele ilustra com um causo mais ou menos assim: 'Outro dia um menino não tirava o olho de mim, até que finalmente ele perguntou: "Tio, por que você tem um garfo na orelha?" rsrsrsrs (se referindo ao brinco de Patch, que é em formato de garfo!)' ... Eu gostaria de lembrar o restante, mas só assistindo novamente, deixo a sugestão para que assistam, vale!
Escrevendo esse post, me dei conta que o Pirofunks, além de um nome inventado para o jeito dos Piroplásticos de fazerem música, tem a função também de criar curiosidade nos outros e, quando funciona, levar à pergunta: 'Por que Pirofunks?' :)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Todos estão surdos

Essa é a nossa versão de Todos estão surdos, música sensacional de Roberto Carlos http://www.youtube.com/watch?v=PBiMNqJiNds&feature=related e sucesso com Chico Science e a Nação Zumbi http://www.youtube.com/watch?v=Flg4AccZ54A&playnext=1&list=PL32B8BF12239E04E5
O logo dos Piroplásticos no clipe é uma criação do João Grembecki e vemos três variações desse logo durante a música.
Quem faz o vocal é ator Nivaldo Todaro. O Nivaldo faria o papel do Mestre Ananias, personagem da Centralização, um mestre e guia espiritual dos Piroplásticos. Todos estão surdos é a quarta música do disco Centralização.


segunda-feira, 30 de maio de 2011

Anestesia

Anestesia é a segunda música do álbum Centralização dos Piroplásticos. Diferente de Centralizando que surgiu de uma jam (ver post anterior), Anestesia é uma composição trazida por Cristiano Di Donato. Para a gravação dos teclados e piano convidei Tiago Mineiro que na época tocava comigo na banda Yellowfunk (vejam o Yellowfunk em ação http://www.youtube.com/watch?v=h4Kv3uUJgQo ).
Hoje o Mineiro faz parte da banda Kaoll e Lanny Gordin (lendário guitarrista da MPB) http://www.myspace.com/bmoscatiello, da banda Funkessencia  http://www.funkessencia.com.br/ e toca com meio mundo heheheh. Além de Anestesia, contamos com a participação do Mineiro em outras três músicas do disco. Valeu Mineiro!
Nesse clipe estão fotos de agosto de 2009, tiradas por Tatiana Cavaçana (tanxs Tati!) em uma fábrica abandonada no centro de Atibaia.




sexta-feira, 27 de maio de 2011

Glory Box

No fim de semana da virada cultural, aproveitei que ficaria em São Paulo e fui visitar o João em Atibaia. Eu não ia para Atibaia desde o último ensaio dos Piroplásticos em fevereiro de 2010. Passamos um domingo excelente trocando figurinhas. 
O Joba passou vários plugins de gravação e três baterias que ele gravou para músicas minhas (tanx Joba!) Depois de várias dicas, ele mostrou uma gravação feita em seu homestudio de Glory Box, do Portishead: http://www.youtube.com/watch?v=yF-GvT8Clnk
Eu sempre lembro da versão de Jorge da Capadócia feita pelos Racionais MC´s usando um sample de Glory Boxhttp://www.youtube.com/watch?v=goICQUk6NYk A versão original de Jorge da Capadócia? Jorge Ben no maravilhoso Solta o Pavão: http://www.youtube.com/watch?v=oLdg6fzpvQ8&feature=related
Eles faziam papê-colê (é assim que escreve? hehehehe) nos bonecos da Companhia Stromboli de teatro http://stromboli.multiply.com/  para a peça que vão montar e na equipe está a Lenita. Além de ser atriz, ela canta bem e cantou algumas músicas enquanto eles trabalhavam. Uma delas foi Glory Box.
O Joba viu na cantoria de Lenita a oportunidade para criar em seu estúdio. Gravou bateria, baixo, guitarra e teclados e convidou a Lenita para gravar o vocal. Ouvi a versão deles e aceitei o convite para gravar e brincar com a guitarra recém comprada pelo João. A ponte floyd rose torna o uso da alavanca diversão garantida :)
Ficou assim:




segunda-feira, 23 de maio de 2011

Centralizando


Centralizando é a música de abertura do álbum dos Piroplásticos de 2009, A Centralização Universal. Gravamos o disco todo numa tacada só na casa do João em Atibaia. O Fernando Mastrocola é o responsável pela gravação do áudio, do vídeo e dividimos o crédito com ele na produção do disco.
Ensaiamos por meses as músicas e reservamos um dia em março de 2009 para a gravação. Gravamos dois takes ao vivo (algumas músicas fizemos três takes) e depois decidimos quais gostávamos mais. Utilizamos a versão escolhida para colocar os overdubs com outros instrumentos e gravar as vozes.
A primeira sessão de gravação foi feita com roupas normais, rs, sem maquiagem ou caracterização. A segunda sessão de gravação foi com tudo que tinhamos direito no melhor estilo Piroplásticos central. Passamos os meses seguintes finalizando as músicas. O Fefe fez alguns clipes com o material do dia da gravação, Centralizando é um deles.
Vou postar os três discos dos Piroplásticos aos poucos, começando por este. Divirtam-se :) 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O pior a fazer



Eu não te amo, eu te odeio e agora vou me vingar
Por que me falta, eu quero tudo e nada vai me escapar
Vou te rasgar, te estuprar, sem nunca me satisfazer
Vou arrancar sua beleza, vou te fazer sangrar
Tirar teus filhos do teu seio e te industrializar
Tornar você mais um produto e te anunciar
Te maquiar, cortar, borrar e virar de ponta cabeça
Vou abusar sem piedade de sua benevolência
Arrancarei suas veias, suas vísceras vou mastigar
Vou me fartar de sangue na boca, meus dentes vão despedaçar

A não ser que me impeçam
Será que vai ser você?
Eu não quero parar
Nem me arrepender

Horrorizados vão me chamar de canalha e de filho da puta!
Vocês que lavam as mão e fazem igual ou pior do que eu
Descendem de Caim e estão a espera de sua vez
Para matar o irmão e assim fazer sua vontade valer
Lucrar, ganhar dinheiro e conforto, etcétera e tal
Somos marionetes de um futuro antecipado
Primeiro eu, segundo eu, terceiro... ah, vá te catar!
Você não é único, exclusivo, ora você não é Deus
Mas é divina a possibilidade de deixar o ser

Só isso pode fazer
A gente brecar
Vamos pagar para ver
a engrenagem quebrar?

Lá na horda primeva estava eu
Eu era o filho mais novo, eis o que sucedeu:
Meu pai era o pai da horda e logo ele morreu
Eu e meus irmãos o matamos, depois a gente o comeu
Isso por que ele era malandro, achou que tudo era seu
Ninguém quis ocupar seu lugar, fizemos dele um Deus
Lá no céu a nos vigiar e a gente sempre temer

Pra gente sempre amar
e nunca esquecer
que ir a esse lugar
é o pior a fazer

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Todos em busca do amor


Em virtude de um problema no blogger na quarta-feira, estou escrevendo novamente sobre Todos em busca do amor.
Eu compus esse música em 2006 e levei dois anos para gravar, produzir e divulgar esta canção. Participaram das gravações o Daniel Casulli do estúdio Ad Road no baixo e o Fernando Bueno na bateria. Eu gravei os vocais, guitarras e violões. A direção musical é do Daniel e divido o crédito da produção com ele.
Hoje está cada vez mais claro, por mais óbvio que pareça, que não cheguei ao Rasboços e Escunhos por acaso. Gravar Todos em busca do amor foi uma experiência parecida com a que quero promover no blog. A diferença, além de mais músicas, está em chamar os músicos para gravar usando a internet como ponte ou levando meu equipamento de gravação até o músico que aceitar o convite de participar do processo criativo.
Todos em busca do amor?